Em Fátima foi assim: um entardecer calmo, iluminado pelos archotes, o hino entoado por uma comunidade que conhece bem a Senhora da Sua Paróquia e que lhe preparou uma festa.
Depois, a voz: o “Já vem” passado de boca em boca como se as palavras fossem mãos e lágrimas e palmas.
O Largo de S. João Bosco anoitecia ao ritmo bruxuleante das velas que se acendiam. As casas acendiam as janelas e o fogo dava a notícia: a Imagem Peregrina estava a chegar a casa. Fez-se o percurso a pé, rua abaixo, enfeitando os olhos de esperança, o terço nas mãos, desfiando a vida. Caminhou-se e o caminho era de luz. Mesmo. A marcar o trilho que conduzia à Igreja. Um bordado de flores desenhava-se no chão por onde o andor passava. A coroa da Rainha, que é de Portugal mas que é também deste lugar, mostrava-lhe a entrada para um templo branco, amorosamente preparado para receber a Imagem.
A outra imagem, a nossa, esperava-a também. E, as duas, receberam no seu regaço todos os recados de todos os corações desta comunidade.
O Pe. Eusébio de Castro consagrou, uma vez mais, a paróquia ao Amor da Mãe, Àquela que congrega, que ensina os caminhos de Deus, que faz um altar do coração dos homens. A Igreja encheu na Eucaristia da noite. O canto tomou conta das gargantas e tocou na vida de uma paróquia que tem Maria como Modelo. As palavras do pároco conduziram-nos a Fátima, à humildade da Senhora mais brilhante do que o Sol, à mensagem de paz que Ela veio trazer.
Até à meia-noite, a Imagem não ficou só: os catequistas, os salesianos cooperadores e as equipas de Nossa Senhora animaram a oração. Palavras, cantos e silêncios foram flores pousadas no andor, misturadas com as rosas brancas que a Senhora trazia do Livramento.
No Sábado, dia 13, o dia era da Mãe. Às oito horas, começou a oração: laudes, eucaristia, uma oração mariana orientada pelo Movimento Juvenil Salesiano, terços rezados em comunidade, orações silenciosas, depositadas nas mãos da Virgem, o Santíssimo adorado ali, ao lado da Mãe e a Eucaristia, sacrifício do Filho para que a nossa vida fizesse sentido.
Em Fátima foi assim: uma bem-aventurança, uma lição de vida, uma comunidade ajoelhada aos pés de uma Imagem que leva para o céu todos os segredos e todo o amor de quem a fixou nos olhos e a viu sorrir.
O pároco e todos os seus colaboradores fizeram desta visita um marco na vida desta paróquia. E Nossa Senhora percebeu e abençoou-os
Quando saiu sob a brancura dos lenços do adeus, A Senhora Peregrina olhou para a Senhora que ficava e sorriu-lhe. A comunidade de Fátima não ficou sozinha.
Foto – Carlos Cabral
Texto - Graça Alves
13/2/09
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