Como Bispo do Funchal, manifesto a minha profunda comunhão e solidariedade para com todos aqueles que, de algum modo, foram e estão a ser vítimas do trágico temporal que assola a Madeira. Atraído pelo estrondoso ruído da deslocação das águas e das lamas, estive ao início desta manhã, junto da Ribeira de S. João, observando a força da natureza e a agitação de tantas pessoas, num cenário de destruição e sofrimento. Neste momento difícil e de natural angústia, é importante manter a serenidade possível e procurar dar atenção aos alertas e orientações, que vão sendo transmitidas pelas entidades competentes. Como é necessário, também, reconhecer, aceitar e agradecer o serviço generoso de quantos, por missão ou em regime de voluntariado, não se poupam aos riscos e sacrifícios do serviço que lhes é pedido, nomeadamente as Forças de Segurança, a Protecção Civil e os Bombeiros. A Madeira já viveu, em tempos ainda lembrados, situações semelhantes de verdadeira impotência humana e sofrimento. Unidos na mesma fé, os católicos elevaram a Deus as suas preces, por especial intercessão de Nossa Senhora. Como vosso Bispo, neste momento de dor, também eu rezo e convido os católicos a rezar, confiando as preocupações e o sofrimento de todos, nesta hora, à Senhora do Monte, nossa Padroeira, e à Virgem de Fátima, cuja Imagem peregrina entre nós. Estou muito unido a todos e gostaria que estas minhas palavras vos possam levar algum conforto e esperança! Que Maria-Mãe, Nossa Senhora do Monte, vele por nós!
Funchal, 20 de Fevereiro de 2010
† António Carrilho, Bispo do Funchal
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