No coração da cidade, bate o coração da Mãe. Desta vez, quando a Igreja do Colégio abriu as suas portas, já a Senhora acolhia os Seus filhos, numa nuvem de rosas brancas. O seu olhar sereno pousava no olhar de quem veio acompanhar a Sua imagem. O reitor, Padre Marcos Gonçalves, referiu-se à mensagem de Fátima como um Evangelho Vivo, “Fátima é também celebrar a Eucaristia, adorar o Santíssimo Sacramento, meditar nos mistérios do rosário e participar nos momentos de Penitência e Reconciliação”.
O coração de Maria no coração da cidade. O amor da cidade aquecido pelo amor de Maria. Foi isso que ficou escrito no peito de quem participou na coroação da Rainha de Portugal e se consagrou à Senhora Nossa e lhe pediu protecção “como coisa própria Sua”. E cantou-se e rezou-se e calou-se os desesperos e depositou-se a vida aos pés da Senhora Virgem e Mãe.
Na Igreja do Colégio falou-se de amor, construiu-se o Retrato desta Mulher que foi escolhida por Deus para ser a Mãe de Deus e a nossa Mãe.
A Imagem encerrou o ano nesta comunidade. Guardou no Seu Manto os desesperos que transitaram para 2010 e acolheu no Seu Imaculado coração os sonhos e os projectos dos Seus Filhos. Passou o ano na cidade que, numa explosão de luz e de cor e de fogo incendiou a ilha de esperança.
O ano abriu-se azul, claro. Foi como se a natureza pendurasse alegria nas árvores e nos cumes das montanhas. Foi como se a presença da Imagem Peregrina nos desse um sinal de Deus, o sorriso que o Menino Jesus Lhe terá oferecido antes de adormecer no Seu colo.
Depois, foi a Paz. Branca. Jovem. Era domingo, dia de começos. Na Eucaristia, D. António Carrilho falou de esperança e de compromissos, falou de uma sociedade limpa de espinhos, responsável, falou de comunhão e da luz de Deus derramada no coração dos homens. A Imagem Peregrina foi levada, então, até à Igreja do Carmo, rodeada de juventude, de contas que se desfiavam nas mãos, de flores que Lhe marcavam o caminho, de um sol de Inverno a acariciar a alma.
Um só coração bateu nas ruas da cidade. Foi o coração da cidade. No nosso. No da Mãe. A escrever a letras brancas no vento que se levantava, as palavras do Santo Padre: “Se queres a paz, preserva a criação”.
Graça Alves
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