Presença que galvanizou as populações - A Imagem Peregrina em São Gonçalo

A comunidade paroquial de São Gonçalo, presidida pelo seu pároco, Pe. José Pascoal Gouveia, prestou um acolhimento exemplar, de cristãos que sabem olhar para a Virgem Maria, no seu papel total de Mãe de Cristo, Mãe de Deus e dos Homens.
Os espaços em frente do edifício das Inspecções, na Estrada do Aeroporto, mostravam-se repletos, pois de todos os cantos da paróquia, desde os mais baixos aos da zona mais alta, vieram os cristãos, de todas as idades e condições sociais, - para cujo efeito se organizou um serviço de transporte público - acolher a Imagem Peregrina da Virgem Maria que se dignou descer dos céus em terras da Cova da Iria, há 92 anos.
Cabe registar como fenómeno curioso que, momentos antes da chegada da Imagem, caiu uma chuva miudinha que obrigou a abrir guarda-chuvas, e que foi interpretado por alguns, como anunciadora da presença da mensageira divina, que logo apareceu na via rápida, em frente, e por outros, como as suas graças que começavam a cair sobre a comunidade paroquial.
Ai mesmo, foi recebida pelos mais altos representantes da comunidade, ao som do «Salve, Virgem Peregrina», cantada pelo Grupo Coral São Gonçalo, que um pequeno número de artistas da Filarmónica, ajudou a interpretar.
Coroada pelo Pe. Pascoal, logo começou a Procissão de Velas, através da Estrada do Aeroporto, Caminho da Camacha, descendente, Rua Conde Carvalhal até à igreja, num percurso de cerca de noventa minutos.
A Imagem foi transportada aos ombros, por quatro grupos de quatro cristãos, cada um, que de vez em quando se revezavam, de modo a aguentar o peso das mesmas estruturas em que ela está colocada.
Ajudados pela Filarmónica, os fiéis fizeram o percurso entoando louvores à Virgem, ajudados pelos cânticos marianos do «Ave de Fátima», o «Salve Nobre Padroeira», «Sobre os Ramos da Azinheira», «miraculosa rainha dos Céus», etc, melodias tornadas populares e enraizadas na alma do povo.
Na Igreja foi a vez da reza do Terço, orientado pela Legião de Maria, cujos mistérios luminosos foram adequadamente complementados com as estrofes correspondentes.
Com duas palavras apenas, «alegria e louvor», exortou o Pároco a continuar este culto à Virgem Maria, procurando levar à prática da vida cristã, o seu conselho nas Bodas de Caná: «Fazei tudo o que ele vos disser», pois assim foi também a sua vida plena que a fez digna de todos os títulos com que a louvamos, sobretudo na oração das Ladainhas.
Cerca das 23 horas terminou a oração comunitária, ficando ainda o templo aberto até às 24 horas, para oração individual.
A igreja abriu as portas às 07H30 da manhã da sexta-feira, dia 29, para oração individual, e às 08H30 foi celebrada a Eucaristia solene, presidida pelo Pároco, que deixou uma mensagem extraída da liturgia da palavra, onde Cristo aparece a anunciar o Reino de Deus.
Seguiu-se o cumprimento do programa estabelecido e amplamente divulgado: visita dos alunos das escolas, dos usuários do centro comunitário, visita ao Lar Bela Vista, Capela das Neves, e Centro da Boa Esperança e zonas altas da paróquia, a que esperamos referir-nos posteriormente.

Manuel Gama in JM - Suplemento / Pedras Vivas / 2010-01-31