Em dia de Visita, a Mãe trouxe a liberdade à prisão. A manhã aqueceu num abraço aos que, por razões que cada um conhecerá, seguiu um caminho que os trouxe até aqui. E por aqui foi ficando, à espera que o tempo se cumprisse e apagasse o mal, a fraqueza e a desgraça.
O olhar da Mãe veio ajudar a derrubar os muros, diluindo-os nas lágrimas dos que a sociedade guardou aqui dentro.
Em dia de visita, a Mãe trouxe a esperança, trouxe o conforto claro do Seu manto a lembrar os campos abertos e o mar sem fim. O Seu olhar cruzou, no dizer de D. António, o olhar do coração e o da consciência, fazendo destes Seus Filhos gente melhor.
As grades foram raios de um sol novo e derramaram-se na esperança de um tempo de paz, cada vez mais perto.
Quando a hora da Visita acabou, o beijo da Mãe pendurou-se no peito dos que ficaram cá dentro. Um colar. Para a eternidade.
Fecharam-se as portas. Cada um guardou a liberdade dentro de si.
Graça Alves
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