Senhor,
a Tua Mãe veio vestir de luz esta paróquia, veio investi-la de um amor infinito, um amor do céu, um amor branco e responsável. O Teu.
Neste tempo em que a Sua Imagem esteve ao abrigo do nosso abraço, aprendemos a acreditar sem limites, a fazer silêncio quando as palavras se esvaziam, a ir ao encontro de quem não tem nada, nem amor, a nos entregarmos ao que vale realmente a pena.
Senhor, a Tua Mãe veio aqui. O Seu sorriso aqueceu a noite e o Seu manto protegeu-nos do medo. Foi talvez o olhar que se prendeu ao nosso. Que fixou o da Santa Luzia, nossa padroeira, e Lhe disse que nos ensinasse a ver. Porque andávamos cegos. Porque é preciso perceber o que se esconde atrás das casas onde se guarda a solidão. Porque é preciso descobrir a alegria da cruz, a força escondida nas lágrimas. Porque é preciso abrir o peito ao que a Palavra diz.
Agora, esta imagem peregrina vai fazer outros caminhos. Fica, porém, a voz da Mãe, da Nossa, da que Tu nos entregaste antes de morrer. Fica o "Faça-se!" que Ela disse naquele dia do Anjo escrito nas paredes do nosso coração. Fica a instrução para uma vida feliz: Fazei tudo o que Ele vos disser! Fica a paz marcada no terço que as nossas mãos desfiaram, como se as contas fossem os dias, como se cada ave-maria fosse um pedido para o céu. Fica o Amor pousado nos olhos que a santa Luzia segura nas mãos. Fica a coragem gravada na espada que nos defende de todo o mal.
Senhor, a Imagem da Mãe vai - se embora. As lágrimas que voam nos lenços que lhe acenam são asas que nos levam até Ti. Por Ela e pelo amor que nos tens, obrigada. E, já agora, não nos deixes cair na tentação de nos levantarmos do Seu colo.
Ámen.
Graça Alves
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