Os olhos estavam postos na distância. O sino rompia o silêncio. O sino. Num repicar antigo, alegrando a tarde a querer chover. O fogo marcava o caminho que a Imagem fazia, pousando os seus olhos naquele lugar sobranceiro ao mar.
De vez em quando, um avião rasgava os céus. E o sino tocava, cada vez mais alto, chamando para a festa. A Festa era de mães e da Mãe. Era de flores e de meninos. Era de uma alegria que se via escrita nos sorrisos. Mesmo quem já não tinha Mãe sentiu-se protegido na tarde deste domingo, abraçado pelo olhar meigo desta Peregrina.
As crianças trouxeram-lhe flores. Brancas. Com fitas de amor. Com a inocência de quem dá tudo o que tem e é feliz.
Água de Pena, em Dia da Mãe. A música era de sinos. O chão era de flores. Cantou-se. Rezou-se o terço. Entregou-se à Mãe as nossas mães: as que estavam ali e as que já estavam no seu regaço.
O frio da noite calou-se. Maria aconchegava-nos a roupa. Era domingo, dia da Mãe e Ela estava connosco.
Graça Alves
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