Fotos de Carlos Cabral
Para ver as fotos carregue aqui
quarta-feira, 12 de maio de 2010
segunda-feira, 10 de maio de 2010
Na Despedida da Imagem Peregrina no Aeroporto da Madeira – 10 de Maio de 2010
Hoje, trago as ilhas na voz. Sou apenas o eco atlântico de um arquipélago que se vestiu de amor para acompanhar a Imagem de Nossa Senhora de Fátima que, durante sete meses, peregrinou entre nós.
Queria saber bordar as minhas palavras a ponto luz para falar do que se viveu à volta desta Visita. Queria saber desenhar imagens novas para dizer da fé, do empenho, da generosidade de todas as comunidades desta Diocese. Queria saber contar dos segredos que voam nas asas dos lenços que, hoje, lhe dizem adeus. Queria conhecer as palavras certas para agradecer a presença de Fátima no meio da minha gente.
A minha voz de hoje é voz de um povo que, em Outubro, saiu à rua, enfeitou as varandas e, de joelhos, acolheu a Mensagem. A minha voz de hoje traz a força das procissões e a toada dos rosários rezados com a vida. Traz a alegria da Festa e a esperança de um ano novo abençoado pela Mãe. A minha voz de hoje traz o parto doloroso da terra, rompendo em tragédias ribeira abaixo e enlameando a coragem. Traz as mãos que se deram para tomar a ilha nos braços e levantá-la do chão. Connosco dentro. Com a protecção de Maria, aqui, lutando connosco contra o desespero, aos pés do nosso cansaço.
A minha voz de hoje traz um abraço de Mãe, na hora da nossa cruz, na alegria do Domingo de Páscoa, na gargalhada de flores que Deus semeou no nosso chão. A minha voz de hoje traz as luzes que beberam as noites, traz as dores e as solidões, os sucessos e os medos, a paz que se levou para casa e se guardou no peito.
E é silêncio. O silêncio que ficou pendurado nos beirais destes montes. O silêncio que ficou inscrito no chão louro de um Porto que ficou mais Santo.
Talvez seja saudade, a minha voz de hoje. A Imagem congregou-nos à volta do altar. Mas é, sobretudo, gratidão. Porque ficou a Mensagem. Ficou o olhar de Deus nos olhos da Mãe. Ficou a Mãe, amor de Deus explicado aos homens. Ficou o Amor.
Hoje, a minha voz é a voz das ilhas da Madeira e do Porto Santo. É voz de despedida. Tem lágrimas de mar a casear-lhe as palavras. Mas é também voz de quem sabe que a Imagem vai, mas que a Mãe não. Fez do nosso abraço a sua casa.
Amanhã, há-de fixar, de novo, os nossos olhos e dizer, outra vez: Fazei o que Ele vos disser. Amanhã é advérbio de esperança.
Hoje, trago as ilhas na voz. E quero ser a voz das ilhas a dar graças a Deus porque nos deixou, no para sempre das nossas vidas, a Sua Mãe.
Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós!
Graça Alves
Consagração da Diocese do Funchal ao Imaculado Coração de Maria
Santa Mãe de Deus, Mulher cheia de Graça e de Beleza! Ao vosso Imaculado Coração, pleno de Amor, consagro toda a nossa Diocese: o nosso ser e toda a nossa vida, com as suas alegrias, sofrimentos, sonhos, trabalhos e esperanças.
Maria-Mãe, Esposa de José, a vós consagro as nossas famílias. Guardai-as na ternura do vosso Coração, para que cresçam sempre no amor e eduquem os seus filhos nos valores que promovem e dignificam a pessoa humana. Lembro particularmente as que estão feridas pelo egoísmo e desunião. Que o exemplo das famílias cristãs na fidelidade ao seu matrimónio, no amor conjugal e na abertura à vida, seja um testemunho luminoso do amor de Deus no Mundo.
Senhora da Alegria, a vós consagro as crianças, que alegram as famílias e a nossa sociedade. Protegei-as e envolvei-as a todas na ternura do vosso abraço de Mãe, especialmente as que vivem sem amor. Que encontrem na família, na escola e na sociedade, a alegria de viver e de crescer em sabedoria, estatura e em graça, como Jesus Menino (cf. Lc 2,52).
R/. No vosso Coração Imaculado, acolhei-nos, ó Maria!
Maria de Nazaré, a vós consagro os nossos adolescentes e jovens, inquietos e sonhadores, esperança da Igreja e da Humanidade. Que a família e a comunidade eclesial os ajudem a discernir a sua vocação humana e cristã, e que eles saibam responder com generosidade à Voz de Deus. Acolhei-os no vosso Coração, espelho da Beleza que seduz, da Alegria que prevalece e da Caridade que constrói a Civilização do Amor.
Senhora das Dores, que de pé junto à Cruz, acompanhastes o vosso Filho no sofrimento e na morte, a vós consagro os idosos e doentes, que experimentam a solidão, o limite e a fragilidade. Consolai-os e fortalecei-os! Que eles não desanimem, mas compreendam o sentido redentor do sofrimento à Luz do Mistério Pascal de Jesus. Ao vosso Coração Imaculado consagro, também, os profissionais de saúde e todos os que acolhem e cuidam dos doentes nas suas casas, revelando o Rosto da Ternura de Deus a quem perdeu a esperança e a alegria de viver.
Mãe de todos os povos, acolhei esta humanidade que trabalha, luta e procura construir um mundo mais humano e mais fraterno, e estende para vós as suas mãos suplicantes. Ao vosso Imaculado Coração consagro os governantes, as instituições públicas e privadas, educativas e sociais, culturais e desportivas, e os diversos meios de comunicação social. Que todos se abram à Luz do Espírito Santo, Fonte de Sabedoria, e sirvam a comunidade humana e o bem comum, na verdade, na justiça e no amor.
R/. No vosso Coração Imaculado, acolhei-nos, ó Maria!
Mãe da Igreja, neste Ano Sacerdotal, ao vosso Coração Imaculado consagro os sacerdotes, diáconos e seminaristas. Que todos se entreguem, com renovado empenho e fidelidade a Cristo Sacerdote e ao seu ministério pastoral, testemunhando a unidade e a comunhão eclesial. No vosso Coração de Mãe, encontrem Conforto nas horas de desalento, Fortaleza para o serviço na “Vinha do Senhor” e Alegria para anunciar Cristo, Luz de todos os povos. Senhora do “Sim”, Mulher da escuta silenciosa da Palavra, da obediência perfeita e do amor incondicional, a vós consagro os religiosos e religiosas, todas as vocações de especial consagração. Que na escola do vosso Imaculado Coração aprendam o segredo da Contemplação e a sabedoria do Amor, a disponibilidade do serviço alegre e humilde a todos, sem distinção, manifestando ao Mundo o Rosto Missionário da Igreja. Senhora da Mensagem, Mulher de fé, humilde serva do Senhor, a vós consagro os crentes e não crentes, os que vacilam na fé e procuram, por outros caminhos, a verdade e o sentido da vida.
Abençoai os esforços do diálogo ecuménico e inter-religioso, para que produzam frutos de unidade e de paz. Dai-nos, ó Mãe, o vosso Filho, única Verdade que ilumina, liberta e salva.
R/. No vosso Coração Imaculado, acolhei-nos, ó Maria!
Rainha da Paz, Senhora Peregrina de Fátima, que vos dignastes descer à terra portuguesa, a vós consagro as nossas paróquias, com os seus movimentos, associações, grupos e todos os agentes de pastoral. Acolhei e abençoai o seu serviço dedicado e generoso, ajudai-os a superar as dificuldades e a enfrentar, com criatividade e ousadia, os desafios da nova Evangelização.
Senhora do Monte, nossa Padroeira, hoje a Diocese do Funchal consagra-se de novo ao vosso Imaculado Coração, com o seu Bispo, todo o povo de Deus da Madeira e Porto Santo e os nossos emigrantes, este povo que, através dos séculos, cresceu sob a ternura do vosso olhar de Mãe e vos dedica um singular amor filial.
Mãe Imaculada, Senhora da Conceição, nós vos damos graças pelos dons recebidos, durante a visita da Imagem Peregrina à nossa terra! Guardamos no coração a vossa Mensagem de Amor, Paz e Alegria, e o convite urgente à conversão, a viver o Evangelho de vosso Filho. De coração agradecido, convosco cantamos o “Magnificat”: “A minha alma glorifica ao Senhor e o meu espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador!” (Lc 1, 46). Amén!
R/. No vosso Coração Imaculado, acolhei-nos, ó Maria!
Machico, 9 de Maio de 2010, na despedida da Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima
† António Carrilho, Bispo do Funchal
Homilia de D. António Carrilho, Bispo do Funchal, na Eucaristia de Despedida da Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima - Machico, 09 de Maio de 2010
Maria, o abraço materno
da ternura de Deus!
Nesta bela tarde do mês de Maio, aqui estamos reunidos, em tão grande número, vindos de toda a Ilha da Madeira e do Porto Santo, junto da Imagem da Senhora Peregrina, nesta hora de despedida e do seu regresso a Fátima. Temos diante de nós a beleza da imensidão do mar, sulcado pelo espírito de aventura dos descobridores, aquando da sua chegada à paradisíaca Ilha da Madeira, em 1418. Há 592 anos, nesta linda e histórica baía da cidade de Machico, no local da Capela do Senhor dos Milagres, memorial da gloriosa gesta, foi celebrada a primeira eucaristia pelos sacerdotes franciscanos. Hoje, é a Mãe que nos convoca e reúne, neste mesmo lugar, para celebrarmos as maravilhas e a bondade de Deus, comungando os mesmos sentimentos filiais de louvor e gratidão, pelas graças e bênçãos que a Santa Mãe de Deus derramou em toda a nossa Diocese, ao longo dos sete meses de peregrinação da sua Imagem. Com grande fé e profunda alegria, aclamemos Maria, dizendo: “Tu és a honra do nosso povo”!
Maternidade espiritual de Maria A centralidade da Palavra, que acabámos de escutar, está na excelsa maternidade divina de Maria, proclamada e confirmada solenemente pelos Padres da Igreja no Concílio de Éfeso, no ano 431. Nossa Senhora é a Mulher “bela como noiva adornada para o seu esposo” (Ap 21,2), a nova Jerusalém que desce do céu e simboliza a humanidade transfigurada pela presença de Deus, que tudo renova, apontando para “um novo céu e uma nova terra”, como escutámos na primeira leitura (cf. Ap 21,1-5). Maria é referência desta Beleza transparente e Imaculada, a Mãe do Puro Amor, a criatura mais perfeita saída das mãos do Pai e paradigma da Igreja, que diante da Santíssima Trindade vela continuamente por cada homem e por cada mulher, especialmente nas situações de sofrimento, luta e dificuldade. Foi Maria a mulher que, ao chegar a plenitude dos tempos, com o “sim” incondicional ao Espírito Santo, acolheu no seu seio a Encarnação divina do Verbo, Jesus Cristo, que é a plenitude da revelação do Amor Infinito de Deus pela Humanidade, fazendo os homens Seus filhos (cf. Gal 4,4-7). O texto evangélico de S. João, que acabámos de escutar (19, 25-27), é de uma grande simplicidade e riqueza teológica. Ao entregar-nos Maria, Jesus confia a cada homem e a cada mulher, o Coração de Sua Mãe, cheio de amor e de ternura, sempre próximo e vigilante, para nos relacionarmos com ela como filhos muito amados: “Eis a tua Mãe. E a partir daquela hora o discípulo recebeu-a em sua casa” (Jo 19,27). Com Maria em nossa casa, isto é, na nossa vida, na família, no trabalho, em todas as actividades e na sociedade em geral, é possível viver a aventura evangélica e percorrer os caminhos da Paz e da Esperança. Jesus trata sua Mãe por “Mulher”, porque a partir daquele momento, Ela tem uma missão importantíssima: Maria simboliza a Igreja e torna-se a Mãe do Corpo Místico de Cristo. O discípulo predilecto, João, filho de Zebedeu, simboliza todos os crentes, que lhe devem dedicar uma profunda veneração e amor filial. De facto, do lado aberto de Cristo nasceu a Igreja, Corpo de Cristo, e Maria é a Mãe do novo Povo de Deus, é a Mãe da Igreja.
Devoção ao Imaculado Coração de Maria A mensagem de Fátima é de uma grande actualidade pela sua riqueza teológica e espiritual. É um apelo evangélico à oração, à conversão, ao amor eucarístico, à adoração da Santíssima Trindade e devoção ao Imaculado Coração de Maria. Sabemos que entre a Diocese do Funchal e Fátima há uma profunda relação e afinidade espiritual, centrada, precisamente, nesta devoção ao Imaculado Coração de Maria. Na verdade, esta devoção foi amplamente difundida na Madeira, quatro anos antes das Aparições de Nossa Senhora em Fátima. A Madre Virgínia da Paixão, clarissa mística madeirense, havia recebido de Nossa Senhora essa mensagem, com o pedido da consagração ao seu Coração Imaculado. O meu antecessor, D. António Manuel Pereira Ribeiro, respondeu ao apelo de Nossa Senhora, exortando, nesse sentido, todas as paróquias da Diocese, em 26 de Agosto de 1926, e vindo ele próprio a congregar milhares de madeirenses de toda a Ilha, numa imponente manifestação de fé, no Terreiro da Luta, no dia 28 de Maio de 1933. Foi então que consagrou toda a Diocese do Funchal ao Coração Imaculado de Maria, acto público, que hoje iremos renovar, no termo desta concelebração eucarística. Peço a Nossa Senhora que nos introduza na intimidade do Seu Coração de Mãe, escola de autêntica Sabedoria, Humildade e Amor; que nos acompanhe pelas estradas da vida e mantenha sempre acesa em nós a chama da Fé e da Esperança, num generoso compromisso cristão e social. Que saibamos todos expressar, com simplicidade, o nosso amor a Maria-Mãe, como a pequenina Jacinta: “Gosto tanto do Imaculado Coração de Maria”!
Momentos inesquecíveis de festa e interioridade Caríssimos diocesanos, a presença da Imagem Peregrina na Diocese do Funchal foi verdadeiramente uma inspiração do Senhor, que trouxe muita consolação, alegria e abundantes bênçãos à Madeira e ao Porto Santo. Como tive oportunidade de vos comunicar na “Mensagem de Despedida”, recentemente publicada, foi com grande fé e alegria que as paróquias e muitas instituições da nossa Diocese acolheram a Imagem Peregrina, vivendo-se, por toda a parte, momentos inesquecíveis de festa, interioridade e expressão cultural: encontros e celebrações das comunidades reunidas, tempos de oração pessoal e escuta da mensagem de Maria-Mãe, na intimidade das consciências e dos corações. A Mãe é o abraço que aproxima e envolve na ternura de Cristo! De facto, foi extraordinário! A presença da Mãe, ao passar através da sua Imagem, foi congregando pessoas de todas as idades e meios sociais, instituições públicas e privadas, religiosas, sócio-caritativas, culturais e desportivas. Nas comunidades todos se envolveram e colaboraram: comissões e conselhos paroquiais, associações e confrarias, catequeses e escolas dos diversos níveis, municípios e juntas de freguesia, esquadras da PSP e da GNR, corporações de bombeiros, casas do povo e ranchos folclóricos, coros, bandas e grupos musicais, clubes de motards e outros. Em cada comunidade muitos se relacionaram, partilharam generosamente os seus dons e trabalho, uniram-se em torno de um mesmo objectivo, fora da rotina quotidiana, interpelando ao sentido da vida, a novos comportamentos e compromissos, de acordo com a Boa Nova, o Evangelho de Jesus. “Fazei o que Ele vos disser” (Jo 2,5) foi, sem dúvida, a recomendação de Maria mais recordada e dirigida a todos quantos se encontraram, verdadeiramente, com ela. O abraço de Nossa Senhora une todos, os de perto e os de mais longe. Na verdade, também os nossos emigrantes, ao terem conhecimento da visita da Imagem Peregrina, se alegraram e se uniram espiritualmente a nós, de modo particular quando a Imagem visitou as suas paróquias de origem ou no período de Natal, aqueles que então se deslocaram à Madeira.
O Santo Padre – Peregrino de Fátima Amanhã, muitos de nós, iremos em peregrinação até Fátima, acompanhando a Imagem de Nossa Senhora, e lá participaremos na breve cerimónia da sua entrega ao Santuário, na Capelinha das Aparições, às 21h00. Lá teremos, também, a possibilidade de estar com o Papa Bento XVI, que chegará a Lisboa, no dia 11 de Maio. Peregrino de Fátima vem rezar connosco à “Senhora da Mensagem” e confirmar na fé os seus irmãos e irmãs, nesta hora tão exigente da história da Igreja e da Humanidade. A sua presença é uma enorme graça do Senhor para a Igreja Portuguesa, face às necessidades do tempo presente e aos desafios da nova Evangelização. Procuremos todos, lá e aqui, estar atentos, escutar e acolher a riqueza da mensagem do Santo Padre, com o seu pensamento profundo e clarividente.
Na hora do “adeus” Passados sete meses de Visita da Virgem Peregrina à nossa Diocese, está a chegar a hora da despedida! Passa a Imagem, mas fica a Mensagem, agora mais viva e presente no coração de cada crente, estimulando a uma devoção filial mais coerente com a fé e comprometida na vida cristã e social. Maria leva no seu Imaculado Coração de Mãe os segredos, as lágrimas silenciosas, os sofrimentos, as esperanças e as alegrias de quantos a invocaram e invocam, com profundo amor e ternura filial. E, a terminar, uma feliz notícia: a fazer memória deste tempo de graça, que será sempre por todos recordado como verdadeira dádiva de Deus, colocaremos, em data a indicar oportunamente, junto da igreja do Imaculado Coração de Maria, no Funchal, uma estátua da Imagem Peregrina, em mármore. Também ali poderão cruzar-se os nossos olhares com o olhar de Maria-Mãe, confiando-lhe os nossos sentimentos e acolhendo os apelos que ela dirige ao coração e à consciência de cada um de nós! Senhora Peregrina de Fátima, Coração Imaculado de Maria, rogai por nós!
Machico, 9 de Maio de 2010
† António Carrilho, Bispo do Funchal
sábado, 8 de maio de 2010
TESTEMUNHO – Maria, minha Mãe – Paróquia da Lombada, S.ta Cruz
Maria, minha Mãe
A noite já vai longa e o cansaço já desponta…
Fecho os olhos e revejo a tua chegada…
Tão bela e tão serena nesse teu manto de luz,
E nós simples mortais ao teu redor…
E aquelas crianças que escolheste,
ão simples, tão puras…
Maria,
Nesta tua visita deixas-te certezas.
Certeza da tua presença, certeza do teu apoio,
Certeza do teu amor…
Pediste firmeza no nosso amor,
E tantas vezes vacilamos…
Pediste as nossas orações,
tantas vezes esquecemos…
Maria,
No silêncio da noite, agradeço a tua vinda.
Com ela, ficámos mais unidos,
Aprendemos a te conhecer mais um pouco,
E sobretudo …
A te amar mais.
Obrigada, Maria…
Obrigada, Mãe…
Lombada, 8 de Maio de 2010
TESTEMUNHO da Passagem da Imagem Peregrina por Santa Cruz – Ana Vieira
Era já noite quando a Imagem Peregrina chegou a Santa Cruz. Por entre velas acesas e palmas, centenas de pessoas a acolheram e aclamaram com grande fervor.
Maria, caminhando entre a multidão, foi recebida pelos Soldados da Paz, que não quiseram deixar de caminhar a seu lado, neste momento tão especial para Santa Cruz.
Sobre um tapete de flores, Maria, a mais bela flor, entrou no seio desta comunidade e, com grande fé e alegria, todos Lhe prestaram homenagem. Durante vários dias, a nossa comunidade, desde movimentos religiosos, catequese, instituições, coros, banda, bombeiros, polícia e toda a população em geral, se uniu, partilhando momentos inesquecíveis e únicos, junto da nossa Mãe do Céu.
A partilha, a união, a fé e o júbilo que se viveu ficarão eternamente gravados na nossa memória e no nosso coração.
Somos filhos privilegiados porque usufruímos da presença e da companhia da Imagem Peregrina, naquele que foi o Dia da Mãe. Crianças ternamente cantaram, rezaram e presentearam Maria com flores brancas e singelas. Com elas escreveram a palavra mais doce… MÃE, uma palavra que tão repetidamente proclamámos nestes dias festivos.
Chegou o momento de despedida! Por entre preces, orações, cânticos e algumas lágrimas, caminhámos com a Imagem Peregrina até junto de Nossa Senhora dos Remédios.
Lá, mais uma vez, manifestámos a nossa devoção a Maria, a nossa Mãe do Céu e, com fervor, nos aconchegámos a Ela como seus filhos, neste momento de despedida. Seguidamente, uma grande multidão a acompanhou com enorme alegria, até outra comunidade, numa última homenagem e agradecimento.
A Imagem Peregrina partiu, contudo ficou bem presente entre nós, com a certeza de que Maria dará sempre luz e sentido ao caminho que percorrermos nesta vida terrena e de que a Sua mão protectora estará sempre sobre nós!
Obrigada, Mãe!
Ana Vieira
sexta-feira, 7 de maio de 2010
TESTEMUNHO – Em hora de despedida
Por estes dias de Maio, ajoelho as minhas palavras aos pés da Senhora que veio com a Imagem Peregrina.
Não tenho nada para lhe oferecer para a viagem. Não sei bordar as palavras para lhe agradecer a Visita. Não me ocorrem metáforas novas para contar o que se experimentou, desde Outubro até agora, nestas duas rochas que se erguem do mar.
Ao papel de hoje, chegam-me desenhos de flores e de velas, de panos brancos a dançar no vento, de terços desfiados nos dedos que trabalharam a terra, que foram à faina da pesca, que prepararam a mesa, que abraçaram os filhos, que seguraram as dores, que limparam as lágrimas.
Não tenho mais nada. Apenas os recados que disse ao ouvido de Maria, quando ela cruzou o Seu coração com o meu. Apenas o abraço que Ela me ofereceu quando me obrigou a parar, a ouvir o silêncio e a iluminar a minha noite com a luz que segurei nas mãos.
Se lhe pedi milagres? Pedi.
E Ela falou-me de um Sim dito em silêncio, de uma entrega sem limites. Falou-se de um Anjo e de um Deus que quis peregrinar ao meu lado. Falou de um Menino que nasceu sem nada, que cresceu, que falou de Amor, que acalmou o mar e que me pediu que O seguisse. Falou de um Homem que me pegou ao colo, que me abraçou na cruz, que me mostrou que a morte tem nome de esperança.
Se lhe pedi milagres? Pedi.
E Ela ensinou-me a acreditar: “Fazei o que Ele vos disser!”. Apontou-me o céu e disse que a minha vida tinha de ser forte como as rochas desta ilha e doce como as areias do Porto Santo. Ensinou-me a olhar para as pontes que o Seu manto teceu, quando as comunidades se juntaram para receber a Sua Imagem. Ensinou-me a olhar para uma diocese unida na oração do terço. Ensinou-me a olhar para as lágrimas que lavavam os medos de cada pessoa que lhe tocava e a quem Ela chamava
- filho.
Foram sete meses de Maio neste arquipélago. A Imagem vai pesada de nós: leva a festa e leva o luto, leva-nos, embrulhados naquele olhar que Deus iluminou e que Ela deixou escorregar, em contas de luz, sobre as nossas mãos.
A Imagem vai. Fica a Mãe. E a Mensagem que trouxe.
Desta visita, guardarei no chão do meu peito, a certeza de que nunca ficarei sozinha. Porque a Mãe estará onde eu estiver: na praça, na escola, na igreja, na prisão e no hospital.
A Imagem Peregrina leva o que somos: um arquipélago que olha o céu com olhos de verde e de basalto, que marca os seus passos no areal e que é capaz de dar as mãos e de acreditar em milagres.
Não tenho mais nada. Apenas a voz das gentes,
- Santa Maria, rogai por nós!
e um lenço branco que leva escrito
muito obrigada!
Graça Alves
Crianças com Maria - As crianças das Escolas Básicas do 1º Ciclo com Pré- Escolar de Água de Pena, Caniçal, Ribeira Seca e Machico acolhem Maria
As crianças das Escolas Básicas do 1º Ciclo com Pré- Escolar de Água de Pena, Caniçal, Ribeira Seca e Machico acolhem Maria que, como Peregrina, veio ao encontro de todos, pequeninos e mais crescidos.
Maria veio como Peregrina, Peregrina de Deus e Peregrina dos Homens. A verdadeira Peregrinação de Maria é uma caminhada na fé, percorrida no mais íntimo de Si própria, no âmago do seu Coração de mulher, na contemplação permanente de Deus.
Os pequeninos, como um botão em flor, querem estar com Nossa Senhora de Fátima para escutar a mais bela mensagem: conversão e vivência na graça de Deus.
A presença alegre a fixar o olhar de Maria. As vozes límpidas prolongam a vivência da fé, do mais profundo do ser até ao céu. As mãos repletas de gestos carinhosos fundem-se no amor divino. As flores, que nascem por sítios e lugares refrescantes e harmoniosos, transportam para Maria a beleza, o perfume, as dificuldades e os sacrifícios da vida.
As orações puras comunicam o maravilhoso acto de amor à Mãe de Jesus. Amor que triunfa sobre o ódio, a divisão e todas as formas de violência. Amor que possa ensinar a toda a criatura humana a amar a Deus com todo o seu coração, com todas as forças e com toda a alma.
Ó Maria, nossa Mãe
Temos um sorriso
que se troca com o Filho e a Mãe
Maria, és tão bonita!
És minha Mãe , Mãe de Jesus
Quero oferecer-te esta canção
Quero dar-te o meu coração
Tudo permanece nos corações puros e livres destes pequeninos. Tudo é compreensão com todo o seu ser, saboreando a beleza estonteante da busca exclusiva do rosto de Deus.
A mensagem de Fátima leva à entrega de uma vida espiritual intensa, que se traduz em oração assídua e fervorosa, chegando a uma verdadeira forma de união mística com o Senhor.
Uma palavra de apreço às comunidades escolares que participam nas celebrações marianas, tanto mais que as exigências da educação do mundo actual comprometem a um envolvimento de todos os intervenientes para assegurar a formação e desenvolvimento pessoal das crianças.
Um agradecimento aos párocos que generosamente estão ao serviço da comunidade como arautos da esperança e mensageiros da paz.
Maria José Moreira Fernandes
Departamento do Ensino da Igreja nas Escolas
Secretariado Diocesano da Educação Cristã
quinta-feira, 6 de maio de 2010
quarta-feira, 5 de maio de 2010
terça-feira, 4 de maio de 2010
Mensagem do Sr. Bispo do Funchal à Comunidade Paroquial da Ribeira Seca
Mensagem do Bispo do Funchal à Comunidade Paroquial da Ribeira Seca
Caríssimos Diocesanos da Ribeira Seca
No próximo dia 8 de Maio, a Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima visitará a Paróquia da Ribeira Seca, seguindo o programa preparado pelo respectivo Pároco, Rev. Cón. Manuel Martins, e uma Comissão por ele constituída, com elementos das comunidades da Ribeira Seca e Machico. Percorrerá todos os sítios e terá um encontro celebrativo, no recinto da Escola, bem perto da Capela da Senhora do Amparo, que esteve no início e dá o nome à Paróquia, como sua padroeira. Lamenta-se que a Imagem não possa ser recebida na igreja paroquial, dada a situação existente, desde há trinta e três anos, quando o Bispo de então retirou ao Rev. P. Martins Júnior a competência para o exercício do seu ministério sacerdotal. Enquanto a situação canónica deste sacerdote não estiver resolvida, a Diocese não pode aceitar factos e atitudes, que possam parecer de concordância com a presente situação. Como Bispo Diocesano, eu quero dizer à comunidade cristã da Ribeira Seca que não está esquecida nem menosprezada, como algumas pessoas pretendem fazer crer, assumindo-se representantes de toda a população. O Bispo está com todos quantos queiram superar as divisões, que vêm do passado, e que aqui encontrou, quando, há três anos, assumiu a responsabilidade da Diocese. Tenho pelo povo cristão da Ribeira Seca a mesma atenção e cuidado pastoral, que dedico a todas as outras comunidades da Diocese. Só que, para uma presença pessoal mais próxima e efectiva, terão de criar-se as condições exigidas pelas orientações gerais da Igreja Universal, em tais situações. Não vos faltará, no entanto, o apoio e a assistência espiritual, pois tendes sempre a possibilidade de recorrer ao vosso Pároco, na igreja de Machico. Sei quanto estimais Nossa Senhora – a Senhora do Amparo, vossa Padroeira, e a Senhora de Fátima, cuja Imagem peregrinará entre vós, na tarde do próximo sábado, dia 8. A maior parte do nosso povo tem grande apreço e profundo respeito pela Imagem, pois ela nos ajuda a elevar o pensamento e o coração até Maria, a Mãe de Cristo, Mãe da Igreja e nossa Mãe! Só tenho mais uma palavra a dizer-vos: acolhei com amor Maria-Mãe, a Senhora de Fátima, que vai passar no meio de vós na sua Imagem! Fazei festa, acolhei-a na sua passagem junto das vossas casas, participai na celebração mariana e na procissão das velas, até à Matriz de Machico. Não vos deixeis inibir nem tenhais medo, perante certas provocações ou ameaças veladas, que alguns parecem temer. Honrai Nossa Senhora, expressai a vossa fé, tomai uma atitude coerente e um testemunho digno de cristãos convictos, que entendem a Igreja como mistério de comunhão e se conduzem por verdadeiros comportamentos de fé em Nosso Senhor Jesus Cristo.
Funchal 4 de Maio de 2010
† António Carrilho, Bispo do Funchal
Peregrinos do Arquipélago da Madeira em Fátima por ocasião do 10 – 13 de Maio
Grupos organizados de Peregrinos do Arquipélago da Madeira em Fátima por ocasião do 10-13 de Maio (deve haver mais pessoas que vão particularmente e que não temos conhecimento):
PEREGRINAÇÃO DIOCESANA – 59
Boaventura – 30
Calheta – 48
Caniçal – 25
Colégio – 50
Particular de Câmara de Lobos – 30
Particulares de Funchal e Arredores – 50
São Gonçalo – 25
TOTAL = 317
segunda-feira, 3 de maio de 2010
Testemunho - CHEGADA DA IMAGEM PEREGRINA A ÁGUA DE PENA – 2 de Maio
Os olhos estavam postos na distância. O sino rompia o silêncio. O sino. Num repicar antigo, alegrando a tarde a querer chover. O fogo marcava o caminho que a Imagem fazia, pousando os seus olhos naquele lugar sobranceiro ao mar.
De vez em quando, um avião rasgava os céus. E o sino tocava, cada vez mais alto, chamando para a festa. A Festa era de mães e da Mãe. Era de flores e de meninos. Era de uma alegria que se via escrita nos sorrisos. Mesmo quem já não tinha Mãe sentiu-se protegido na tarde deste domingo, abraçado pelo olhar meigo desta Peregrina.
As crianças trouxeram-lhe flores. Brancas. Com fitas de amor. Com a inocência de quem dá tudo o que tem e é feliz.
Água de Pena, em Dia da Mãe. A música era de sinos. O chão era de flores. Cantou-se. Rezou-se o terço. Entregou-se à Mãe as nossas mães: as que estavam ali e as que já estavam no seu regaço.
O frio da noite calou-se. Maria aconchegava-nos a roupa. Era domingo, dia da Mãe e Ela estava connosco.
Graça Alves
LETRA - Pe. GISELO ANDRADE
MÚSICA - Pe. IGNÁCIO FIGUEIRA RODRIGUES
GRUPO CORAL "FLORES DE MAIO" - PORTO DA CRUZ
ORGANISTA - JOÃO CALDEIRA
DIRECÇÃO ARTÍSTICA - VIRGÍLIO CALDEIRA
CAPTAÇÃO DE SOM e EDIÇÃO DIGITAL -JOÃO CALDEIRA